terça-feira, 29 de abril de 2014

Eu fui... meu coração ficou.

Estávamos esperando o táxi, o responsável pelas recentes marcas no meu coração e pelas permanentes cicatrizes, tristemente, eu precisava partir.

Nós tínhamos prorrogado ao máximo a minha ida, a nossa despedida, mas, infelizmente, não tínhamos nem mais tempo para completarmos nossos tão gostosos infinitos beijinhos. O meu táxi chegaria em cinco minutos eu não era capaz de cruzar o portão do prédio dela.

Encontramos um lugar onde ela ficou um degrau acima que eu, que ajustava a nossa diferença de altura, nos olhamos, com aquele olhar que grita: ''Não vai, fica, fica um dia, uma semana, uma vida''. Ela pegou em minha mão, entrelaçou nossos dedos como se não fosse nunca soltar e disse com os olhos encharcados: ''Te amo'', nesse momento eu sabia que meu coração não iria mais cruzar o portão do prédio dela junto comigo, seria só eu, meu coração ficara ali com ela. Eu segurei suavemente na nuca dela, misturando meus dedos no seu cabelo e pedindo: ''Olhe em meus olhos e você vai saber o que eu sinto'', e nesse momento ela viu em meus olhos que eu sentia o mesmo amor que ela.

Pensei em segurá-la forte e implorar para que ela implorasse para mim desistir de ir em minha viagem sem data para voltar. Eu fui, e meu coração ficou.

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