sexta-feira, 18 de abril de 2014

café

Me acorda com seus dedos deslizando nas minhas costas. Seu sorriso é o que quero ver ao  acordar. O mesmo fogo que queima minhas pernas é o frio que me arrepia os braços e a nuca. Vem, fica mais perto, fica junto de mim. A cama é pequena, melhor. Deixa a nossa solidão no chão, de canto.

Ri do meu sorriso, brinca com meu cabelo, me abraça, te abraço. Faz frio aqui, me esquenta. Deita seu rosto em meu peito, abraçarei seus medos e preocupações. Deixa a ponta do teus dedos encostarem nos meus, dando selinhos que me fazem sentir uma felicidade que só tu poderia me oferecer. Seu sussurro vira canto, encanto.

Desliga esse celular e apaga a luz. A tua, a nossa energia é mais brilhante, forte. O teu azul não é mar revoltado, é céu de outono. Entrelaça seus pés nos meus, deixa eu te namorar, namorar seu pescoço. Não me deixe pensar no tempo, nem no que não entendo. Não quero entender.

Me beija com paixão e malícia, mas não esqueça do carinho. Deixa o dia nascer e o sol se pôr, deixa o mundo, mas não me deixa.

Perde seu tempo, mas não me perca, me abraça na cintura e deixo meus dedos se perderem em seus cabelos. Escuta meu coração, batendo leve, mas forte. Sua suavidade me encanta, beijo sua barriga, mordo sua orelha, coloco a mão no seu pescoço. Te arrepio, faz careta. Dorme e me deixa com a paz do teu sono. Me deixa ser teu sonho. Deixa eu me perder nos teus olhos fechados, deixa eu te invadir. Deixa eu sorrir e sentir pena de tudo que há do outro lado da porta e não pode te ver.

Me agarra com o jeito de viver esse amor por uma hora, por um dia ou um infinito inteiro. E só não é mais eterno do que as lembranças que fervem a minha alma e congelam o tempo. Não levanta, nem vai. Eu faço com manha, deixa eu ser tua manhã. Deita, deita aqui. Fica que eu já volto, deixa as roupas no chão, não precisa arrumar a cama. Me abraça, te abraço. Não esquece dos seus dedos nas minhas costas, sentiu o cheiro? O café ficou pronto.

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