Seis

Seis meses. Sinceramente, uma vida. É assim que me sinto, como se eu tivesse vivido uma vida contigo, como se não houvesse passado e só existisse o dia em que lhe conheci em diante. Você lembra? Eu estou lembrando e, enquanto lembro lágrimas acompanham as lembranças. A gente viveu, viveu sim, um eterno romance em nove dias, no mês de janeiro, e nos meses seguintes até hoje. Eu não sei se isso existe, mas isso existiu entre nós dois. Existiu uma união inseparável, talvez seja como se a Lua encontrasse o Sol ou o céu e o mar. A gente foi se conhecendo aos poucos e aos muitos, eu lembro de cada dia, cada dia mesmo, lembro da nossa primeira, segunda, terceira despedida. Lembro que não conseguimos nos separar desde o momento passamos a nossa última noite juntos. Lembro do primeiro dia em que vi o momo, lembro como se fosse um filme, o dia em que sentamos no corredor do prédio do meu irmão e ignoramos o mundo, e naquele chão, criamos o nosso mundo, de risadas, olhares e certezas. Lembro de cada gemido nosso, cada olhar de prazer de amor. Lembro do seu olhar de gatinha quando ia chorar e queria meu abraço, e no meu abraço as lágrimas acabavam. Lembro de cada peça de roupa sua, da cor, dos acessórios. Lembro de como você segurava a cerveja e bebia ela lentamente. Lembro de como você chegava com seu jeito todo toda, o jeito que amo olhar, quando eu olho você com esse jeitinho feliz e animada, com os olhos brilhando eu simplesmente vejo sentido em esperar um ano ou uma vida para te ver. Lembro do dia em que eu tive a maior certeza de que era você que eu queria passar minha vida perto, o dia em que você contava as histórias da sua vida e de seu pai, eu me peguei naquele momento entendendo que eu não queria passar mais nenhum dia da minha vida sem saber de você. Lembro do momento em que entrávamos no taxi, segurávamos nas mãos um do outro como se fosse ser o último dia em que ficaríamos juntos, e acredito que, de certa forma, a gente viveu cada dia juntos como se fosse o último. Lembro do dia em que após após uma noite de amor, em que nos encaixávamos perfeitamente, olhando nos olhos um do outro como se, aquele fosse o melhor momento do mundo. E era. Lembro da manha após essa noite, em que estávamos no corredor do prédio do meu irmão, antes de entrar no elevador, em que ficamos alguns segundos abraçados e isso era o suficiente para fazer o nosso fogo nos dominar e até a escada a gente foi fazer amor e ter mais uma história inesquecível de celulares perdidos. Lembro de cada vídeo que você me mandou, e lembro de cada sorriso que eu dava enquanto os via. Lembro de cada música que você cantou para mim, de cada áudio, cada texto que me escreveu. Eu amo você, eu amo nós.  Eu choro sim, eu choro porque o amor dói, mas não é um choro de tristeza, é um choro de emoção, um choro de reconhecimento. Eu me pego aqui, nessa cena em que declaro o meu amor por tudo que já passamos, por tudo que estamos passando e por tudo que ainda iremos passar. Eu quero me declarar agora, quero te ligar, ligar para o seu celular, ligar no Skype, e começar a falar que: ''Putz, meu amor, vamos parar de bobeira?'' A gente começou a construir nossa história com tanto amor e carinho, dedicação e atenção, mesmo em meio a tantos desentendimentos, sempre acabávamos nos entendendo ainda mais. Mesmo em tanto desencontro, era o momento em que mais nos encontrávamos. Falta dois meses para começarmos a contagem regressiva de um mes para nos vermos. E eu já penso em tudo que vamos fazer, lembra que durante os primeiros meses, a gente planejava tudo? Está na hora, de começar a escolher o dia para cada plano que tivemos juntos. Eu sei que a gente combinou de escrever sobre o nosso romance juntos, dar banho no momo e tomar banho juntos, até ele pode tomar junto também! Cantar nossas músicas de amor, eu quero ter algumas lições de violão contigo e posso te pagar com beijinhos e massagem.  De passar a madrugada vendo a Lua e ando pensando, porque ficar procurando tantas fotos de tatuagem de Luas se a gente mesmo, pode desenhar uma juntos, pintar e no dia seguinte ir fazer? Eu quero também comprar alguns ingredientes para fazer alguma refeição para pessoas na rua, podemos ir juntos. Eu quero passar o natal e o ano novo junto contigo, e podemos planejar isso não na distância, mas enquanto estivermos na frente um do outro. Imagina? Eu ando pensando em muitos planos, muitos caminhos, muitas soluções, mas certas coisas só iremos poder decidir quando estivermos juntos. Eu quero também, ler cada texto seu, na sua frente, para poder te dar o abraço depois de sentir a emoção e de ler eles. Na real, eu quero passar noites contigo relembrando sobre cada momentos que passamos, sobre cada atitude nossa, e eu quero rir muito, te abraçar e rir de chorar dos nossos desentendimentos muitas vezes desnecessários. Meu amor, falta pouco para nos vermos, vamos parar de bobeira. Vamos ser felizes esse resto de semanas que nos falta antes de ficarmos juntos? Vamos voltar a ser como éramos durante nosso descobrimento? Mas dessa vez, eu estou melhor, eu estou vivendo isso também, estou por completo, não é só você. Alias, não vamos ser como éramos, vamos ser como queremos ser, vamos ser o certo, o que vai nos fazer feliz. Putz, deixa eu voltar ao assunto de se reencontrar? Imagina? O primeiro abraço? Eu consigo até sentir os seus lábios molhados nos meus. Consigo sentir o nosso abraço que, sei que não vai demorar menos que algumas horas para se desgrudar. Imagina a gente cozinhando alguma receita juntos? Enquanto nos fazemos bagunça e nos sujamos, e no meio dessas brincadeiras a gente dá uma pausa para fazer um amor com cheiro de comida, imagina bastante, porque está chegando a hora de viver tudo isso. A gente merece, merece demais. Eu sei o quanto eu lutei, o quanto eu sofri, o quanto eu passei para estar aqui hoje. E eu sei que te amo muito, pois se eu não te amasse eu não estaria aqui até hoje, e você também não. A gente é dois em um, falando daquele jeito bem bobo, um casal nota dez. A gente está sofrendo muito, antecipadamente por coisas que talvez só poderemos decidir quando estivermos juntos, sabe?Certos problemas a gente não vai conseguir arrumar agora, e muitos problemas talvez nem sejam, de fato, problemas. Temos que parar com isso, ficar felizes com o agora, com o que passou e pelo que está por vir. Sempre que eu começo a relembrar tudo o que passamos juntos o meu coração amolece, sabe? A nossa história é linda, eu não preciso de livros ou filmes, porque o que estamos vivendo é a história mais emocionante e eu sinto ela em todo meu corpo, pele, alma e coração.